O desenvolvimento do crânio do recém-nascido é influenciado por um conjunto vasto de alterações que podem ocorrer no período de gestação e/ou período expulsivo do parto. Sabes em que medida a osteopatia poderá intervir e corrigir este tipo de malformações?
Durante os meses de gestação, o feto desenvolve toda uma estrutura direccionada e preparada para o momento do parto. Ao nível do crânio, os ossos não estão completamente fundidos, por forma a facilitar a passagem pelo canal vaginal no momento do parto e permitir que, posteriormente, o cérebro se desenvolva adequadamente.
O crânio desenvolve-se a partir da interposição óssea ao longo das linhas de sutura, desenvolvimento este que fica comprometido quando ocorre a fusão precoce de uma ou várias suturas cranianas (Craniossinostose). Com o aparecimento desta condição patológica não reversível, torna-se incapaz o crescimento do crânio na direcção perpendicular à fissura encerrada, resultando numa deformação que poderá levar ao aparecimento de complicações neurológicas (1).
De um outro modo, a presença de uma alteração da forma e simetria do crânio sem a existência de fusão de suturas é chamado de Plagiocefalia.
Derivado a um mau posicionamento intra-uterino, a um parto com complicações ou até mesmo ao constante apoio numa região da cabeça ao dormir, de acordo com uma pesquisa feita pela Harvard Medical School, 12% das crianças saudáveis nascem com algum tipo de assimetria.
De acordo com a sutura envolvida, existem diferentes deformações com características próprias, que se poderão classificar em Plagiocefalia, Braquicefalia e Escafocefalia.
Ao nível do tratamento das Plagiocefalias, a osteopatia contribui na correcção das malformações do crânio do bebé, ao mesmo tempo que aplica medidas correctivas posicionais (2).
Assim, é fundamental todo o aconselhamento no posicionamento não só a dormir, dado que, durante o sono, a tendência estará no apoio no lado da cabeça que apresenta deformação, como também no momento de alimentação em que, se o bebé ainda é amamentado, é importante a alteração da posição de apoio da cabeça do bebé.
O tratamento osteopático está, então, voltado para a identificação das tensões em relação com as malformações, ao nível das estruturas membranosas, ósseas, musculares e ligamentares do crânio.
Ao mesmo tempo que visa a normalização do tónus da musculatura afectada e a flexibilização das estruturas comprimidas e/ou sobrepostas, trabalha as zonas planas e salientes do crânio através de tratamentos específicos de acordo com a estratégia de tratamento personalizada.
Fontes: